quinta-feira, 26 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Simone, eu e Belladona
sábado, 7 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Á minha querida Sofia e o seu rapidinho
domingo, 1 de novembro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Liberdade de imprensa
Fiquei pensando: quanta repressão quando se fala de corpo! Nos jornais pode as bundas que povoam o imaginário masculino, e feminino, não pode o nu dos trabalhos de arte contemporânea, críticos e sem glamour, não pode as prostitutas, mas pode o nu da playboy quando lindas mulheres realizam suas fantasias sexuais e se transformam em mulheres da vida por um dia.
Será que as pessoas acham que basta ficar nu para tudo de estranho no mundo acontecer? Que relação será que temos com nosso corpo para que tal pensamento predomine na sociedade burguesa?
Vejamos o que pode potencializar um corpo nu...vamos sair por ai transando com todos e todas, sem limite, vamos chocar nossos chefes, parentes e amigos com nossos corpos nus (que são todos, com certeza, iguais aos dos homens e mulheres das capas de revistas de moda; sequinhos, sequinhos).Uma vez livre dos tabus vamos cometer incestos, abusos sexuais , vamos nos tornar pessoas muito violentas. Vai aumentar o número de pobreza no mundo, países irão ser invadidos.
Prostitutas não prestam, só quando temos pena delas, afinal, não podemos conceber que essas mulheres tenham prazer no que fazem, isso, é claro, não é possível!Casais que se aventuram a ter fantasias sexuais com outros casais são depravados.
Pais e mães vão ser assassinados por seus filhos pois irão descobrir que a culpa é toda deles!
Ufa...o que pode um corpo?
Não amar, não pensar, não transgredir, não ter prazer...obedecer, obedecer...obedecer.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Noticias Sobre Carmen
A partir de textos meus e de uma conversa telefônica ela fez esse ótimo trabalho. Alias, para surpresa minha, tudo o que foi divulgado na imprensa foi escrito baseado exatamente no que eu falei, fiquei muita grata, procurei ser bem clara com o público de forma que eles não viessem ao teatro imaginando ver uma imitação da Carmen Miranda e sim, um trabalho autoral, crítico e pollítico sobre o universo da solidão. Neste caso especificio; a solidão do sucesso.
Mais adiante haverá uma postagem melhor dessa noticia. Garanto-lhes.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
noticia globo online 18/09/09
RIO - O mote para o espetáculo que a premiada coreógrafa Helena Vieira estreia nesta sexta (18.09) no Sesc Copacabana é Carmen Miranda. Mas que o público não espere a famosa exuberância e a alegria escancarada da cantora luso-brasileira. Pois aqui o tema é a solidão - mesmo que ela apareça no palco munida de certos badulaques.
"Carmen" fecha a trilogia que Helena começou com os solos "À Simone da Bela Visão" (2005) e "Maria José" (2007, prêmio Rumos Dança Itaú Cultural). A própria Helena interpreta não a Carmen Miranda, mas sim as Carmens anônimas, que vivenciam a solidão do cotidiano.
- A personagem de que falo não é a dos shows, dos cassinos, das roupas luxuosas e extravagantes. Mas, sobretudo, a mulher solitária que estabelece um ponto em comum com tantas outras - explica.
O espetáculo fica em cartaz só até o dia 27 de setembro.
Carmen. Espaço Sesc: Rua Domingos Ferreira 160, Copacabana. Sextas e sábados, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (estudantes e idosos) e R$ 2,50 (comerciários).
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
release final
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Clarice, Carmen e vovó
Li na epígrafe de um livro:
Era o meu sonho ter várias vidas. Numa eu só seria mãe, em outra vida eu só escreveria, em outra eu só amava.
Clarice Lispector.
Havia me distanciado de Clarice, isso ja fazia muito tempo...fui fanática por ela na adolescência, depois a esqueci, ela era muito intensa, cansei um pouco. A menina muito sensivel da adolescência, chorona e sonhadora estava precisando dormir um pouco para aparecer uma pessoa mais aguerrida, necessário para enfrentar a vida, cheia de jacarés, leões e cobras.
Outro dia fui ao teatro, assiti um lindo infantil adulto, dirigido por Cristina Moura, com Mariana Lima, Luciana Fróes e Renato Linhares, A Mulher que matou os peixes...e outros bichos. A peça é linda, preenchida com todos o simbolismos de uma infância revista por adultos sensiveis e artistas que não colocam em hierarquia corpo, voz, interpretação. Quando li o programa, antes de entrar no teatro me indentifiquei com o programa que dizia ser uma peça em que a atriz "Se impôs um desafio: fazer algo que nunca fez, viver uma experiência nunca vivida." Lembrei-me certa vez em Uberlândia, após a apresentação de Maria José, a segunda parte da trilogia, durante um bate-papo que eu disse "no proximo trabalho devo entrar nua, loira e cantando!, quero cantar!". O nu desapareceu, o trabalho não pediu, a loira está firme e o canto, aparecendo...portanto sinto-me grata de ter seguido o desejo de propor um desafio a mim mesma. Certa hora na peça, Mariana diz mais ou menos isso;" Faça o que gosta, pinte, desenhe, dance, assim o coração esquenta e não vive a solidão." Achei que era fala de Mariana, soube depois que era Clarice! Nossa! Voltei a querer ler Clarice, e ela apareceu na epígrafe de um livro que uma pessoa, que pouco conheço, quis presentear-me, livro que também é obra de uma escritora. Tudo se encaixando...e, a frase apareceu quando coloquei em cena a foto de minha avó com meu pai nos anos 40.Vovó é contemporânea de Carmen, fisicamente sou cara dela, ja da para saber como serei bem velhinha.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Release 4
quarta-feira, 22 de julho de 2009
influências musicais do espetáculo
Estou vendo o espetáculo assim:
É um espetáculo de origem tropicalista, há mistura de estilos e épocas, bem ao jeito de uma geração, que é a minha, que ainda teve a forte influência da MPB, de resistência contra a ditadura, mas que cresceu no auge da invasão musical pop norte-americana. Por tanto, ouvir Chico Buarque, Michael Jackson, não vestir camiseta "beba coca-cola", nem querer conhecer a Disnelândia, como a maioria das crianças, mas ouvir todos os sons pops, porcarias ou não, era bem possivel. Nasci para uma resistencia, mas cresci tropicalista.
Essa é a minha influência musical, porém o espetáculo fala de uma Diva, e uma diva do mundo musical, portanto, o trabalho se tornou muito musical. E eu descobri um enorme mundo de grandes artistas e intérpretes, da mpb dos anos 30, do blue americano até o clássico heavy metal inglês de Iron Maiden, passando por uma ótima música eletrônica. Finalmente, já não era sem tempo, comecei uma educação musical. Aprendi a cantar, como parte do desafio proposto para esse espetáculo, duas canções do repertório de Carmen; Disseram que Voltei Americaniza", de Luiz Peixoto e Vicente Paiva e South American Way, Jimmy Mac Hugh e Al Dubin, que o bando da Lua adaptou.
Começo com Aracy de Almeida, contemporânea de Carmen e de estilo bem diferente, a escuto no radio que ligo no camarim, outra referência forte à época e a um meio de comunicação que adoro.
Disseram...além da beleza da letra, fala de resistência, de certa revolta. É uma encomenda de Carmen a Luiz Peixoto, grande homem do teatro na época, depois da decepção sofrida em show beneficiente de 1940 no Cassino da Urca, quando a plateia, basicamente militar, lhe foi indiferente. Achei curioso o fato e linda a música e a sonoridade por ela proposta. Vários cantores gravaram, e muita gente nem sabe mais que foi escrita para ela, consequencia do bem que é por todos compartilhado.
Depois Ai, ai, ai... minha deixa para fazer meus comentários. Brinco com o sotaque carregado que era sua marca, e falo de ser Americana! Novamente, outra caracteristica da geração tropicalista "somos brasileiros e estrangeiros", já dizia Caetano Veloso.
Entre uma canção e outra ataco, por ora, com a música Tropicália de 1967, composta por Caetano, uma total mistura de sons, algo provocador na época. É uma loucura total. Ali sou eu colocando toda munha loucura para fora, loucura que sai de cartas que jogo no chão, cartas de ex-amores, ex-amizades, ex- Helenas... balde cheio de rolhas...
Desnecessário dizer, que fiquei vidrada nas cantoras, em como elas cantam e mostram na voz, tudo o que pensam ou sentem.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
releases provisórios
Release 1.
Carmen, segue a linha de pesquisa iniciada com os solos À Simone da Bela Visão (2005) e Maria José (2007). Escolhi a figura de Carmen Miranda para fechar esta trilogia sobre gênero por que compreendo essa artista como um bem compartilhado por milhões de brasileiros e estrangeiros, de todos os sexos. A Carmen de que falo não é a dos shows, dos cassinos, das roupas luxuosas e extravagantes, mas a mulher que viveu a vida de maneira alegre, amável e elegante, e que, apesar de toda a fama e popularidade, morreu só.
Release 2
A ideia do trabalho é que com a conclusão desta trilogia, eu termine um assunto. Propus, ao longo dos trabalhos solos, iniciados em 2003, a construção de uma poética com meu corpo, o desejo de alcançar uma linguagem autônoma construída a partir dos diversos estados físicos que criei com os trabalhos anteriores. Meu corpo tornou-se um depoimento. A fim de encontrar resposta para a pergunta infantil; “Por que mulheres são sempre solitárias quando tornam-se ricas e famosas? Foi então que deparei-me com Carmen Miranda. Ela é nosso bem comum, pertence a todos nós, de alguma maneira, a conhecemos, repetimos seus gestos, seus sorrisos e trejeitos, a imitamos mundo afora e assim nos comunicamos com seu universo. Construir esse espetáculo e ter pela primeira vez colaboração de tantas artistas me apoiando e amparando, inclusive de uma tão famosa, foi para mim uma celebração, uma revelação.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
texto dos ensaios
sábado, 20 de junho de 2009
Carmen
A Carmen Miranda de que falo não é a dos shows, dos cassinos, das roupas luxuosas e extravagantes , mas a Carmen, que apesar de toda fama e popularidade, morreu só, e que foi durante a vida amável e elegante com homens e mulheres.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Por que escolhi Carmen Miranda?
Fiz planos durante o tempo nessa primeira casa: quando tirasse o DIU seria para engravidar de vez do meu companheiro, entraria para o mestrado, depois para o doutorado, quando mudasse da casa seria para ir para outro apartamento acompanhada. Chegou o dia que essa linda casa arrumada com muito amor por mim e para mim um dia teve que ser entregue. Fiz a mudança desacompanhada carregando sozinha as caixas de livros e os pertences. O que eram planos individuais eu os realizei, mas todos os em dupla, não consegui. Pelo menos uma coisa a casa arrumada parece ter representado: foco nas minhas escolhas profissionais, mas por que isso, para mim, teve que significar solidão afetiva?
Por muito tempo acho que imprimi um jeito de pensar amor como uma guerra; uma guerra entre os sexos, uma competição, e eu tendo que estar no comando para não perder nada, para não ser enganada ou desrespeitada como minhas antepassadas, por isso, tinha que estar o tempo todo armada para defender-me, estar sempre no controle da situação. Ser mais masculina que feminina. Olhava em volta, e via todas as mulheres da minha geração, independente das famílias e lugares de origem, levando a vida desse mesmo jeito, então não me achava diferente. Acho que não queríamos perder o que já tinha sido conquistado por mulheres antes de nós.
Encarava bem cada fim das relações amorosas acho que por que via amor como algo impermanente, ou que talvez, como algo que pudesse me prender, além de não saber realmente o que era preciso fazer concretamente para amar, não me ensinaram. Na minha ignorância, amar seria algo que naturalmente aconteceria a uma mulher ou a um homem, nada era preciso fazer para conquista-lo e cultiva-lo. A cada fim de uma relação achava que tudo ficaria logo bem já que outros amores me aguardavam e era preciso encontra-los logo.E o tempo até aqui seguiu assim com a carreira como algo permanente, e amores, não.
E é ai que história de Carmen Miranda é também a minha história e de muitas outras mulheres – sim, se a solidão é assunto de ambos os sexos é nas mulheres que a vejo com mais freqüência, por isso escolho Carmen como símbolo dessa solidão que também marca meus trabalhos desde 2003. Observo mulheres que meditam e tentam achar uma solução para combinar a vida amorosa com uma profissão efêmera, competitiva, cheia de glamour e armadilhas, superar tudo e ser bem realizada nela. Carmen em certo momento da vida dizia que queria largar tudo para realizar o sonho de ser mãe e esposa, e isso quando era uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood, ganhando mais até que um homem.Mas nenhum homem, é claro, queria ser mr. Miranda Morreu sem conseguir realizar esse desejo.
E é disso que o trabalho fala, por que o sucesso (digo um estrondoso e glamoroso sucesso) é garantia de felicidade para o homem e solidão para a mulher? No entanto, gostaria de falar sobre isso de uma forma alegre, popular e bem humorada tal como Carmen que conquistava homens e mulheres de forma genuinamente leve.
terça-feira, 31 de março de 2009
Vamos partilhar o que temos em comum?
-Ei, cara! Cuidado ai não pisa no sofá, não!
(diga-se de passagem: um lindo sofá feito de ferro retorcido e no assento lindas imagens de Carmen Miranda, realmente de muito bom gosto e muito bem feito).
-Qualé cara! Ta estressadinho, heim?! Por acaso é você o dono dele?
-Não, não sou, mas vi o trabalho que foi fazê-lo.
Tem ai nesse diálogo trivial, tudo o que quero dizer: Se não é você o dono do objeto por que cuidar dele? É a primeira surpresa de alguém. Mas o rapaz pensou: no trabalho= o tempo que uma pessoa levou para construir o objeto, essa pessoa por sua vez pensou no uso comum= pessoas sentarem, logo, ele pensou= que aquele objeto merecia um cuidado.
Mais do que natural que ele tivesse alguma consideração pelo objeto ou pela pessoa. Mas por que o outro rapaz estranhou tal atitude? Vejamos:
1. Eu trabalho para ganhar o meu dinheiro e no fim comprar as minhas coisas.
2. Só preciso cuidar de mim, e cada um que cuide de si.
3. Eu posso fazer o que eu quiser por que eu estou pagando
4. São inúmeros os trivais exemplos de como fomos privatizando tudo e normalizando essa atitude, já que:
a. O governo não faz nada
b. Todos roubam (erram, avançam sinal, ocupam calçadas, etc) por que eu também não posso?
c. O Estado não me dá nada.
d. Todo político é desonesto ( claro, quem fala essa frase é sempre muito ético em tudo).
Onde quero chegar com essa história? Quero artisticamente discuti-la esse é meu próximo projeto incentivado, sem saber, por Ruy Castro ao questionar o que eu e ele tínhamos em comum; o amor pela história de Carmen Miranda, seu espanto não foi com o amor por ele provocado, o fato é que eu não poderia fazer nada com isso antes de avisar a família, pois ela sim, era a dona de Carmen Miranda, a Carmen que, por enquanto, só existe na minha imaginação, diga-se de passagem.