Exercícios de escrita. Oficina com Clara Averbuck/ maio de
2017. #GWS
Criar um texto a partir dos três elementos: um país distante, um animal
desconhecido, uma pedra.
O mês de abril de 2017 ficará
para a história da família de Branca como o mês que viveram um sentimento de
montanha russa; em um espaço de 30 dias, ficaram milionários, Branca soube de
sua origem negra e africana, seu pai ficara doente e perderam tudo o que mal ganharam
em uma internação hospitalar.
Tudo começou em uma bela manhã de
pré-outono quando receberam uma carta cujo o selo era da Tanzânia. Reuniram a
família e abriram a carta. Tratava-se de uma notificação do governo de uma
cidade daquele país, que através de documentos oficiais descobrira parentes de
uma tia avó de seu pai no Brasil. Soube
então, naquele momento, da origem negra de parte de sua família até então
desconhecida para ela e negligenciada pelos mais velhos ( todos se
autodeclaravam brancos, apesar de Branca achar estranho). Era uma tia que não
deixara herdeiros, havia ficado no país para lutar contra o racismo, se tornado
criadora de gnus – o boi-cavalo típico da região – e, com esse dinheiro
construído uma fundação para cuidar de meninas vítimas de circuncisão feminina.
Tudo o que essa parente colocara em testamento era o desejo de alguém continuar
o que começara.
Agora, próxima aos 40 anos, Clara
descobre que descende de negros africanos, que é milionária e que tem assuntos
na Tanzânia para continuar. O pai é o
único parente que poderia receber a
herança.
Marcaram as passagens e foram
para a Tanzânia, resolveram todos os aspectos burocráticos da herança e em
pouco tempo venderam a fazenda,
visitaram a fundação etc. No dia em que se preparavam para voltar ao Brasil,
seu pai é acometido por uma dor lancinante e é levado ao hospital da cidade.
Ele tinha uma pedra no rim e precisava ser operado de emergência.
No país não havia um sistema
público de saúde e a família perdeu tudo o que acabara de ganhar numa simples
operação de pedra no rim.