segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Carmen II


Quando terminei de ler a biografia de Carmen Miranda escrita por Ruy Castro não tive a menor dificuldade em concluir que o azar de Carmen foi o de ter nascido mulher!, poderia pensar que aqueles eram tempos dificies para uma mulher em busca de uma independência: anos 40, preconceitos, machismo, catolicismo etc., etc. mas tristemente não vejo, ainda, tanta diferença de lá para cá. Assim como Carmen que dizia que trocaria em um piscar de olhos a brilhante carreira por marido e filhos, constato assustada que muitas mulheres ainda declaram o mesmo nos jornais e tv, e ainda; dizem que a maternidade é fundamental para qualquer mulher. Não estaria aí a origem de muito sofrimento? Como é se realizar em tudo? É possível?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Chacrinha aos domingos

Nos anos 80 assistíamos ao Cassino do Chacrinha todos os domingos. Todo mundo assitia. O povo, os intelectuais, os artistas, os políticos, era a verdadeira tropicália. A vontade de imitar as chacretes me levou a procurar uma aula de dança e, assim... querendo ser a chacrete e aprender a cantar e rebolar eu cheguei, hoje, passado tanto tempo, a ao novo espetáculo, Carmen, com estréia prevista para 2009.

Carmen

Disseram que eu voltei americanizada....samba escrito para Carmen Miranda depois de um grande fracasso da estrela quando de passagem pelo Brasil. Carmen cantou com seu jeito alegre, descontraído e não foi bem recebida pela platéia, formada por homens do governo Vargas e por militares pretes a dar apoio á Alemanha nazista. É com essa canção e com o corpo nu que pretendo fazer Carmen para 2009. Essas fotos são de Manuel Vason, fotógrafo convidado durante o panorama para fazer uma residência no Rio com artistas da cidade e programados no panorama.

domingo, 5 de outubro de 2008

la Bella Donna

Belladonna cresceu em Magna, estado de Utah, numa comunidade de mórmons, membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Famosa por cenas de sexo pesado, incluindo sexo anal radical, duplas penetrações anais, garganta profunda e introdução de imensos consolos em seu ânus, que fica bastante dilatado, esse é um dos gêneros mais apreciados do pornô atual. É casada com Aiden Kelly e tem um filho, inclusive ela fez alguns filmes estando grávida. Começou sua carreira no ano de 2000 e fez até o começo de 2006 por volta de 200 filmes, sendo que também dirigiu alguns deles. Chegou a ter uma relação amorosa séria com o ator pornô espanhol Nacho Vidal..

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Wagner Schwartz fala sobre À Simone da Bela Visão


‘por que será que a gente começa de um jeito e termina de outro?’ pergunta helena vieira em seu espetáculo «simone da bela visão». existe algo ali que eu preciso enquanto artista. um corpo inquieto, cheio de marcas, uma beleza mórbida. helena convida o público a entrar em uma sala de ensaio, ou em uma sala de operação em que é necessário abrir os olhos para entender um pouco mais da relação gênero x percepção. perguntas cheias de solidão que levaram a artista a performar seu ambiente em desencanto. questões de dor que apresentam um corpo pronto a sofrer riscos na elaboração de um texto criativo, capaz de ironizar alguns contrastes sociais quase-coloquiais em nossa época: a idéia de feminismo se esgotando em prol de um desejo estético.

helena problematiza questões que envolvem seu corpo-espaço, não pelo crivo de uma critica rígida, sem sucesso, mas pela possibilidade de não querer se incluir em um local aonde o desejo universal se coloca como prótese de solução para questões subjetivas muito mais profundas. ela é carioca e, segundo a artista, o rio de janeiro é a extensão de hollywood, age pelo poder da mídia.

o discurso, o que vem antes-e-depois da performance, pode ainda vir a ganhar força, repensando seu momento de epifania. a operação plástica revisitada como um tema de conflito coletivo poderia não encerrar em si mesma, em seu conjunto de imagens, mas criar uma dobra nas questões subjetivas que a escolha abriga, para analisá-las também em um contexto político.
as teses existencialistas escritas por simone de beauvoir, segundo as quais cada pessoa é responsável por si própria, podem ser a junção literária necessária para que helena construa precisamente o discurso que infere a sua obra artística em uma visão de sua vida e de seu tempo.

_ contudo, existe potência e alteridade nas perguntas de helena.

em seu próximo espetáculo, a vir um pouco mais tarde, ela quer cantar...


foto retirada do site http://www.helenavieira.com.br/